O campo da imaginação, sem medo

“Fábula das 3 Avós” explora, basicamente, o mundo da imaginação. Uma menina de 10 anos acaba de perder sua avó e recebe a visita de um “fado”, que pretende levá-la a uma visita pelo norte, pelo sul e pelo oeste, fazendo com que a menina conheça suas 3 avós imaginárias. Começando pelo elenco, a menina e o fado estão muito bem no filme. O texto parece se encaixar na boca dos atores e a química entre eles é única.

Outro ponto marcante é a exploração desse campo imaginário. A partir do momento em que o filme assume esse lado fantástico, ele vai até o fim, não retornando ao real, apenas mesclando cenários e figurinos reais e não reais. A direção de arte e a fotografia constroem esse ambiente colorido e instigante da imaginação da menina, que sofre com a aparição e o desaparecimento repentino do “fado”, agora denominado Ora Ora Ora.

A narrativa, incluída em uma trilha sonora simplista e também minimalista, segue uma linha linear com a menina conhecendo as estranhas avós. Acredito que o grande mérito do filme é explorar esse lado não-real em um curta-metragem, e principalmente não deixar a narrativa “em cima do muro”, quando a história não caminha nem cá, nem lá e se recusa a tomar um partido.

Feito para todas as idades, o filme, sem rodeios, nos leva a uma viagem extraordinária dentro da cabeça de uma jovem, com muitos sonhos e muitos medos. Palmas para o cinema do não-real. (Renan Lima)

“Fábula das 3 Avós” está no Panorama Paulista 3.

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