Em terra de rastejante, quem tem cadeira é rei

Já foram produzidos inúmeros curtas sobre desigualdade social. Não Há Cadeiras, de Pedro Di Lorenzo, nos traz essa temática de um ponto de vista muito interessante. Em uma terra onde as pessoas são diferenciadas como rastejantes e por quem tem cadeiras de rodas, é fácil perceber a relação que o diretor cria com a realidade.

Em busca de uma oportunidade, o personagem central necessita de uma cadeira de rodas para conseguir emprego e assim sustentar sua família, mas o caminho não é fácil e o personagem passa por diversas dificuldades para conseguir seu objetivo.

O modo de contar a história é intrigante, pois ao longo da jornada do personagem existem diversas referências ao cotidiano vivido pela grande maioria dos brasileiros que buscam uma oportunidade para mudar de situação e não conseguem devido à burocracia.

Em uma das cenas mais fortes, o diretor chama a atenção para um detalhe: o poder de calar a outra pessoa já é uma grande solução para o “problema” que são todos os que não têm dinheiro suficiente para obter nem mesmo o básico.

Ali estão todos os ingredientes: a oportunidade, a dificuldade, o preconceito com os menos favorecidos e a força de vontade – a única coisa que não pode ser tirada daquele que não tem praticamente nada.

Rodrigo Ferro

Não Há Cadeiras está na Mostra Brasil 7. Clique aqui para ver a programação do filme

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