Onde é que o Graffiti mexe?

“Graffiti que Mexe” é uma animação muito bem feita, divertida, plasticamente bonita, produzida por um coletivo, o que costuma ter efeitos no mínimo interessantes sobre o resultado final, e o beatbox como trilha sonora ficou incrível.

Mas, lendo a proposta do filme e do coletivo “Graffiti com Pipoca” de engajar e conscientizar por meio da arte, e de que o cenário dessa arte seja a cidade, parece que fica faltando alguma coisa. A ludicidade, as cores e a beleza do graffiti estão lá, mas apenas para ilustrar a idéia de que a experiência de grafitar ou somente o contato com essa expressão artística poderosa que é o graffiti são transformadoras.

Parece que o potencial de expressão do cinema – que não se resume a apenas ilustrar – foi subutilizado, subutilizando também o graffiti. Talvez a intenção fosse, de fato, apenas brincar com essa idéia de movimento e de efemeridade que são características do graffiti. Mas parece que ficou faltando, na minha opinião, é claro, a coisa mais importante: a cidade – aquilo que o graffiti pode mesmo transformar. (Beatriz Macruz)

“Graffiti Que Mexe” está na mostra online KinoOikos.

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